Arquivo | abril, 2010

Tatami ou Tatame?

30 abr

Qual a forma correta?

Tatami é o lugar onde se praticam lutas, em esportes como o judô, o karatê, o jiu-jitsu, o aikido, o hapkido, o taekwondo, entre outros.  O tatami não tem a dureza do chão, o que ajuda a proteger o lutador quando cai durante uma luta ou aula; mas ele não tem a maciez de um colchão. Por isso os atletas treinam a forma correta de cair (ukemi), pois uma queda de mau jeito pode machucar, mesmo que no tatami.

Tatami significava origalmente “dobrado e empilhado”. Tatames são pisos tradicionais japoneses feitos de palha de arroz prensada revestida com esteira de junco e faixa lateral de tecido. É usado como piso das áreas secas de uma residência e serve de medida para os cômodos. Tatames eram originalmente um item de luxo quando a maioria das pessoas viviam em locais de chão batido.

Para maior praticidade boa parte dos tatamis usados para a prática de esporte são sintéticos. A sala onde se pratica judô, é chamada de dojo e é preenchida por tatamis que medem 2 metros por 1 metro.

Meu querido amigo Marcus Flora me alertou sobre como havia escrito a palavra aqui no blog e meu também querido amigo George Erwin deu sua opinião a respeito. Obviamente “tatame” é a forma aportuguesada de “tatami“, a grafia que segue a fonética japonesa. Se depender dos mais tradicionais, nenhuma palavra japonesa será aportuguesada, assim como “tatami”. Na prática as duas formas podem ser consideradas válidas, mas como também sou a favor de manter as palavras japonesas em sua grafia original, a partir de agora Lugar de Mulher é no Tatami.

Oi meu nome é Sarah e sou boazinha. Fala comigo?

29 abr

As entrevistas com as atletas começou com pelo menos um mês de atraso. Tive dificuldades que não esperava ao tentar chegar nas pessoas certas para conseguir os contatos de todo mundo. Agora estou correndo para tirar o atraso e os meses de abril e maio estão concentrando a maior parte do trabalho. Depois de telefonemas e emails mil, contatos amigos e várias tentativas o que resolveu mesmo foi dar uma de cara de pau e ir pessoalmente procurar as pessoas.

Para ser sincera, às vezes bate um desespero, mas algumas fontes são tão atenciosas e solícitas que compensam todo o stress e ansiedade. Quando acho que o mais difícil já passou, me deparo com burocracias e formalidades que não imaginava ter que enfrentar ao abordar um esporte. Enfim… no final tudo dá certo, de algum jeito dá!  E as entrevistas sempre compensam o esforço, a história dessas atletas são incríveis!

Em breve falo de algumas das mulheres que já entrevistei!

Você sabia?

28 abr

Que mulheres atletas em geral enfrentam mais desafios que os homens ao se dedicar ao esporte?

Espera-se de uma mulher uma postura adequada à seu gênero, e quando uma atleta assume características usualmente atribuídas ao universo masculino, como agressividade, garra e persistência, ela é criticada pela mídia e pela sociedade. Mulheres que competem ainda estão em menor número e a quantidade de professoras de judô não chega nem perto da de homens na atividade. Embora algumas atletas afirmem nunca tenham enfrentado problemas, outras se sentem divididas entre dois modelos aparentemente opostos.

A história da participação feminina no judô remonta aos tempos de sua criação. Ainda que a irmã de Jigoro Kano, criador do esporte,  já o praticasse, a história demonstra que as mulheres tiveram dificuldades para serem aceitas e para conquistar o direito de lutar. O judô foi criado em 1882, mas apenas trinta e um anos mais tarde um departamento experimental para treinos femininos foi criado no Japão, e com restrições ao que poderia ser praticado pelas mulheres.

Uma das primeiras mulheres a integar esse departamento foi Keiko Fukuda, uma japonesa hoje radicada nos Estados Unidos, que mesmo depois de trinta anos dando aula e sendo graduada no quinto dan (grau) da faixa preta teve sua promoção ao nono e último grau negada pelo Instituto Kodokan – criado por Jigoro Kano e até hoje autoridade máxima na arte marcial – pelo simples motivo de que mulher alguma jamais atingiu a graduação máxima. Em 2006 o Instituto reviu sua posição e aos 93 anos, Keiko Fukuda foi a primeira mulher da história a ser promovida ao 9º dan.

Imagem do documentário "Keiko Fukuda: Be Strong, Be Gentle, Be Beautiful"

Com a mudança do papel da mulher na sociedade, a prática de esportes em geral e a participação feminina nos campeonatos de judô passou a ser algo aceitável. Países da Ásia, da Europa e da América já organizavam campeonatos femininos na década de 1970. Enquanto isso, no Brasil, mesmo com o crescimento do número de mulheres judocas que tinham interesse em competir, o Artigo nº 54 do Decreto-Lei nº  3.199, criado pelo antigo Conselho Nacional de Desportos em 1941 dizia: “Às mulheres não se permitirá a prática de desportos imcompatíveis com as condições de sua natureza”, que regulamentado pela deliberação nº 7, de  1965, determinava que às mulheres “Não é permitida a prática de lutas de qualquer natureza…”.

E isso só mudou na década de 1980!

Trecho do documentário “Keiko Fukuda: Be Gentle, Be Strong, Be Beautiful”:

Como tudo começou

28 abr

Se não fosse o meu primeiro pré-projeto para o TCC ter sido reprovado em fevereiro de 2009, a ideia de falar sobre algo tão presente na minha vida como o judô não teria amadureciso a tempo. Uma série de fatores me levou à decisão de postergar minha formatura e reservar o ano de 2010 para esse projeto. Em novembro recebi farol verde para trabalhar no “Lugar de Mulher é no Tatame” e então as pesquisas e leituras começaram para valer.

Agora é mergulhar de cabeça!