Arquivo | setembro, 2010

Folhateen dá destaque para o judô feminino

21 set

Folhateen de 20 de setembro de 2010, na imagem Mayra Aguiar derruba adversária durante o Mundial de judô

O caderno Folhateen que acompanhou a edição de segunda-feira (20.10.2010) do jornal Folha de S.Paulo teve como matéria de capa o judô feminino nacional.

A reportagem dá destaque para os resultados alcançados por Mayra Aguiar (19) e Sarah Menezes (20) durante o Mundial de judô realizado em Tóquio, além de uma entrevista com Rafaela Silva (18). Uma tabela traça um breve perfil das atletas que representaram o Brasil no último campeonato mundial (além das três citadas, Erika Miranda, Maria Portela, Maria Suellen Altheman e Mariana Silva).

Fica claro que os bons resultados da jovem geração renovaram as esperanças de um bom resultado olímpico em Londres 2012, já que medalhas olímpicas femininas no judô ainda são inéditas.

Bronze de Sarah Menezes garante a melhor participação feminina em mundiais

13 set

Rosicleia Campos falou com muita propriedade ao afirmar que a história do judô feminino está sendo reescrita no Brasil. A medalha de bronze conquistada por Sarah Menezes ontem, no quarto dia de disputas do Mundial de Judô que acontece em Tóquio, no Japão, somada à de prata de sua colega de Seleção Brasileira, garantiu ao judô nacional a melhor participação feminina da história.

Nunca antes duas atletas haviam subido ao pódio em uma mesma edição do torneio. Antes delas Edinanci Silva (bronze Japão-2003 e França-1995) e Danielle Zangrando (bronze Japão-1995) eram as únicas atletas brasileiras que tinham alcançado o feito.

Sarah Menezes (à direita) com medalha de bronze no Mundial de judô (Foto: Budopress)

Aos 20 anos de idade, a atleta piauiense, que já havia conquistado o bicampeonato no Mundial júnior, ficou com a medalha ao derrotar a francesa Frederique Jossinet, 35 anos e vice-campeã olímpica. Sarah havia perdido a semifinal contra a japonesa líder do ranking mundial, Tomoko Fukumi, numa luta que chegou ao hantei (quando a disputa termina empatada e os árbitros decidem quem lutou melhor).

Mayra Aguiar obtém o melhor resultado de uma brasileira em mundiais

11 set

Mais uma boa notícia para o judô feminino: a gaúcha Mayra Aguiar alcançou o segundo lugar do pódio no primeiro dia (09.09) do Mundial de Judô, que esse ano acontece em Tóquio. Com a medalha de prata, a judoca conquista o melhor resultado de uma brasileira em mundiais. Antes dela Edinanci Silva havia conquistado duas medalhas de bronze (Japão-2003 e França-1995) e Danielle Zangrando outra (Japão-1995).

Mayra Aguiar (à esquerda) com medalha de prata no Mundial de judô (Foto: EFE)

Mayra, que ocupa o 14º lugar do ranking mundial, enfrentou cinco adversárias: a sul-coreana Gyeong-Mi Jeong (8ª no ranking mundial), a cubana Yalennis Castillo (prata em Pequim), a chinesa Xiuli Yang (campeã olímpica em Pequim), a alemã Heide Wollert (2ª no ranking mundial) e a americana Kayla Harrison (10ª no ranking mundial). A primeira luta a brasileira ganhou por yuko e as três seguintes de ippon. Ela perdeu a disputa pelo ouro para a americana com quem já tinha lutado mais duas vezes esse ano, perdendo para ela na Copa do Mundo de São Paulo e ganhando no Pan-Americano.

O feito rendeu uma página inteira no caderno de esportes da edição de sexta-feira, 10 de setembro do jornal Folha de S.Paulo. Esse é o segundo grande resultado do judô feminino nacional, depois da medalha de bronze de Ketleyn Quadros nas Olimpíadas de Pequim, 2008.  Rosicleia Campos, técnica da Seleção Brasileira de Judô, comemorou o título:  “estamos reescrevendo a história do judô feminino do Brasil”.

Copa Cidade de São Paulo: onde estão as paulistanas?

1 set

No último sábado, 28.o8, foi realizada a Copa Cidade de São Paulo de Judô, onde atletas classificados nas primeira e segunda fases do Campeonato Paulistano lutaram por uma vaga no Campeonato Paulista. Mesmo conseguindo a classificação um fato me deixou bastante decepcionada: a ausência de altetas mulheres em quase todas as categorias.

Durante a primeira fase do Paulistano já havia notado que a maioria das categorias tinham no máximo seis atletas, algumas com apenas duas ou até mesmo somente uma. Quem esteve presente e se classificou está de parabéns por ter feito sua parte e comparecido, mas não tenho dúvidas de que, pelo menos minhas colegas de academia e eu, todas prefeririam encontrar um cenário mais competitivo onde as habilidades de cada uma pudesse realmente ser testado.

Durante o treino de ontem abordei o assunto, não só para tentar entender o que pode estar ocasionando a ausência de mulheres nas competições, como para mostrar às alunas mais novas a importância de competir. O sensei levantou várias possibilidades para a falta de atletas da capital nas competições, já que sabemos que há mulheres treinando e que no interior e na baixada as competições têm sido bastante disputadas.

Também conversamos sobre a importância de participar das competições. O judô é muito mais que uma luta, apesar de essa ser a parte mais conhecida pelo público em geral. O sensei nos lembrou que ninguém é obrigado a gostar de lutar, pois nem todos se sentem a vontade com isso, mas é preciso ao menos saber o que fazer e viver essa experiência. Eu mesma sou um exemplo de uma judoca que não tem muita vocação para o shiai, até gostaria de ser mais competitiva, mas geralmente não consigo me sair tão bem em uma luta. Mas nem por isso deixo de tentar. Mesmo que depois de graduada eu siga outro caminho – já que existem tantos além do de atleta, como arbitrar, dar aulas, estudar katas – ao menos eu terei passado por essa etapa da minha formação como judoca.

Rosicleia Campos comemora a vitória de Ketleyn Quadros na disputa pela medalha de bronze nas Olimpíadas de Pequim, 2008

Para o cresimento do judô feminino, espero que mais judocas tenham essa percepção. Pode ser que alguém ache que não tem vocação para competidora e experimentando acabe descobrindo que gosta de lutar e pode obter bons resultados. Durante as entrevistas que fiz para o TCC descobri que grandes nomes do judô nacional já passaram por isso; a própria Rosicleia Campos, ex-atleta da seleção e hoje técnica da equipe Sênior da Seleção Brasileira de Judô me contou que quando começou a treinar tinha “pavor de que encostassem” em seu pescoço e por isso não gostava de lutar. Mas ela continuou treinando e tentando até chegar onde chegou. Tomara que essa reflexão inspire algumas meninas!